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Foto do escritorÁgua na Caixa®

Estudantes criam dispositivo que limpa os oceanos enquanto pega carona nas embarcações


Foto: reprodução G1


Em 2019, cinco estudantes da Bahia tiveram uma ideia inovadora para limpar os microplásticos dos oceanos com um dispositivo que “surfa nas ondas” de grandes embarcações e plataformas fixas no meio do mar. O protótipo se chama Ocean Ride, que remete a essa carona, premiado na Nasa Space Apps Challenge International, hackathon global da Agência Nacional de Espaço e Aeronáutica dos Estados Unidos (Nasa).


O projeto, idealizado pelos jovens baianos Antônio Rocha, Pedro Dantas, Genilson Brito, Ramon de Almeida e Thiago Barbosa, venceu na categoria melhor uso de equipamentos (hardware) e pode impactar na transformação ambiental do nosso planeta.


Naquele ano, a Nasa desafiou os participantes a pensarem em projetos que conseguissem solucionar graves problemas que assolam o mundo, dentre as categorias terra, água, ar, seres vivos e o planeta. Ao longo de dois dias e meio, os jovens desenvolveram uma solução acessível para limpar os oceanos sem causar nenhuma nova agressão ao meio ambiente, utilizando recursos que já existem: os navios que já transitam no mar.


O que o grupo de jovens propôs era simples, um dispositivo que funcionasse como uma espécie de peneira que, acoplada em cascos de navio e plataformas de petróleo, viaja de carona pelos mares coletando os microplásticos da água.


“Os navios funcionam como uma vassoura nos mares ao redor do mundo e, com isso, resolvemos criar uma pá”, é o que contam no vídeo de apresentação do projeto.


O dispositivo usa como base o gerador de Van Der Graff, uma máquina eletrostática inventada em 1931 e empregada na física nuclear, que atrai resíduos plásticos através de uma corrente, evitando que eles sejam ingeridos por animais marinhos, ameaçando a vida desses animais e também dos seres humanos. A inspiração? Veio durante o próprio evento, enquanto pensavam em como iriam coletar o plástico das águas e alguém fez um dos mais famosos experimentos de energia estática, que todo mundo já testou quando era criança: criaram atrito entre a tampa de uma caneta e o cabelo para atrair pequenos pedaços de papel.


Assim surgiu o Ocean Ride, uma pá que usa a eletroestática para atrair os microplásticos e os mantém armazenados numa espécie de contêiner, enquanto a água segue seu fluxo. Além de limparem os oceanos, os microplásticos removidos também podem ser encaminhados para a reciclagem.


Diferente das soluções mirabolantes e de difícil implementação que costumam ser criadas, eles desenvolveram um dispositivo criativo, viável e escalável. O projeto foi tão inovador que venceu a edição do hackathon em Salvador, onde competia com outras 29 mil pessoas de vários países, além de ser selecionada para a etapa global, onde disputou e ganhou dos 30 melhores projetos do mundo.


Durante a pandemia, os jovens aproveitaram para tirar o projeto do papel por conta própria. Expandiram suas pesquisas, desenvolveram protótipos e fizeram testes em piscinas. Desde então, vêm testando algumas tecnologias e aprimorando os modelos que foram produzidos.


Qual empresa você gostaria de ver apoiando essa ideia?

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